RUBIACEAE

Palicourea tetraphylla Cham. & Schltdl.

Como citar:

; Miguel d'Avila de Moraes. 2012. Palicourea tetraphylla (RUBIACEAE). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

LC

EOO:

957.023,873 Km2

AOO:

164,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

Ocorre nos estados de Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo (Zappi, 2012); segundo Silva Neto (2006), ocorre em todos os estados do Brasil, e, no Parque Nacional do Itatiaia, é encontrada até 900m de altitude.

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2012
Avaliador:
Revisor: Miguel d'Avila de Moraes
Categoria: LC
Justificativa:

Espécie arbustiva de ampla distribuição no Brasil e ocorre em ampla variedade de fitofisionomias florestais da Mata Atlântica e do Cerrado.

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Descrita em Linnaea 4: 17. 1829. Similar a P. croceoides, especialmente pela presença de folhas opostas, mas distingue-se desta pelo pedúnculo mais comprimido e pelos lobos da corola tipicamente com saliências arredondados até 0,5mm (Taylor, 2007). Os ramos apicais quadrangulares, comumente com folhas verticiladas, as inflorescências vermelhas ou alaranjadas, as flores com a metade inferior do tubo da corola amarelo e a metade superior rósea ou violácea são caracteres que auxiliam no reconhecimento da espécie em campo (Silva Neto, 2006).

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Sim
Detalhes: Utilizada para fins medicinais (Rosa et al., 2010).

População:

Flutuação extrema: Sim

Ecologia:

Biomas: Cerrado, Mata Atlântica
Fitofisionomia: Ocorre em floresta ciliar e/ou de galeria, e floresta ombrófila densa (Zappi; Taylor, 2012); floresta estacional semidecidual (Zappi et al., 2009).
Habitats: 1 Forest, 1.6 Subtropical/Tropical Moist Lowland, 1.9 Subtropical/Tropical Moist Montane, 3 Shrubland, 3.6 Subtropical/Tropical Moist
Detalhes: Caracteriza-se por arbustos, rupícolas, podendo atingir até 2m de altura; coletada com flores em Dezembro; provavelmente polinizada por beija-flores (Zappi; Taylor, 2012; Taylor, 1997; 2007).

Ameaças (2):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Agriculture
Adegradação do solo e dos ecossistemas nativos e a dispersão de espéciesexóticas são as maiores e mais amplas ameaças à biodiversidade. A partir de ummanejo deficiente do solo, a erosão pode ser alta: em plantios convencionais desoja, a perda da camada superficial do solo é, em média, de 25ton/ha/ano.Aproximadamente 45.000km2 do Cerrado correspondem a áreas abandonadas, onde aerosão pode ser tão elevada quanto a perda de 130ton/ha/ano. O amplo uso degramíneas africanas para a formação de pastagens é prejudicial àbiodiversidade, aos ciclos de queimadas e à capacidade produtiva dosecossistemas. Para a formação das pastagens, os cerrados são inicialmentelimpos e queimados e, então, semeados com gramíneas africanas, como Andropogongayanus Kunth., Brachiaria brizantha (Hochst. ex. A. Rich) Stapf, B. decumbens Stapf, Hyparrhenia rufa (Nees) Stapf eMelinis minutiflora Beauv. (molassa ou capim-gordura). Metade das pastagensplantadas (cerca de 250.000km2 - uma área equivalente ao estado de São Paulo)está degradada e sustenta poucas cabeças de gado em virtude da reduzidacobertura de plantas, invasão de espécies não palatáveis e cupinzeiros (Klink; Machado, 2005).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
AMata Atlântica já perdeu mais de 93% de sua área e menos de 100.000 km² de vegetação remanesce.Algumas áreas de endemismo, agora possuem menos de 5% de sua floresta original. Dez porcento da cobertura florestal remanescentefoi perdida entre 1989 e 2000 apenas, apesar de investimentos consideráveis emvigilância e proteção. Antes cobrindo áreasenormes, as florestas remanescentes foram reduzidas a vários arquipélagos defragmentos florestais muito pequenos, bastante separados entre si. As matas do nordeste já estavam em grande parte devastadas (criaçãode gado e exploração de madeira mandada para a Europa) no século XVI. As causas imediatasda perda de habitat são: a sobrexplotação dos recursos florestais por populaçõeshumanas (madeira, frutos, lenha, caça) e a exploração da terra para uso humano(pastos, agricultura e silvicultura). Subsídios do governo brasileiroaceleraram a expansão da agricultura e estimularam a superprodução agrícola(açúcar, café e soja). A derrubada deflorestas foi especialmente severa nas últimas três décadas; 11.650km2 deflorestas foram perdidos nos últimos 15 anos (284 km² por dia). Em adição à incessante perda dehábitat, as matas remanescentes continuam a ser degradadas pela extração delenha, exploração madeireira ilegal, coleta de plantas e produtos vegetais einvasão por espécies exóticas (Tabarelli et al., 2005).

Ações de conservação (2):

Ação Situação
1.2.1.3 Sub-national level on going
Presumivelmente Extinta (EX) pela Lista vermelha da flora de São Paulo (SMA-SP, 2004).
Ação Situação
4.4.3 Management on going
Espécie ocorre em Unidades de Conservação: Parque Estadual do Itacolomi, no estado de Minas Gerais e Parque Nacional do Itatiaia, no Rio de Janeiro (CNCFlora 2011).

Ações de conservação (1):

Uso Proveniência Recurso
Bioativo
​Espécie utilizada na medicina tradicional brasileira, para tratar tumores de articulações e membros, e endurecimento de próstata (Rosa et al., 2010).